sábado, 27 de agosto de 2016

Arco e flecha no sábado

Quando viu o quadro vermelho na parede ganhou fôlego grande pra mais essa empreitada. Todas as vezes que essas revoluções acontecem, lembra de um certo jogo em que ouviu que enquanto o cara metade homem e metade cavalo existir, não precisa se preocupar com alguns aspectos. Não dá pra não ser fechamento. Como não existe mundo perfeito lembrou também, em vários momentos do dia, do quanto é trouxa. Tanta tecnologia e os aplicativos ainda não travam ao detectar álcool e outros trecos no sangue. Não adianta nada ser linda e divertida de longe - a vontade é de dizer essa frase num megafone à beira da baía. O nonsense demora um pouco mais pra passar por ali porque caranguejo anda de lado mas, já que estamos falando de lembranças, é importante ressaltar que sobrevive na lama como ninguém.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Pilha de papéis

Rasgando uma pilha de papéis e no ouvido o verso "hoje acordei sem imagem e sem som". A cabeça só pensa em quantas coisas tem vontade de dividir - nada de importante, como sempre, só fofocas, memes e trechos de um livro bacana - e não pode porque tem um muro amarelo na frente. A decepção consigo mesma por ter gasto uma hora de terapia falando desse negócio que inventaram juntos, mas que ele decidiu sozinho deixar pra lá, só cresce. Tanta coisa mais importante pra falar, pra acalentar, pra resolver...  o conselho ela já decidiu que não vai seguir, porque não tá forte o suficiente pra se despir sozinha de novo. O céu e inferno de áudios no whatsapp está arquivado, faz parte do processo de desamor não querer ver. Se não tivesse decidido que a mensagem de feliz aniversário seria a última, adicionaria uma observação: bicicletas são pra pedalar e não pra servir de composição pra foto.

sábado, 20 de agosto de 2016

Saudaditu

Hoje eu acordei me sentindo doente. Dor no corpo provocada por cansaço, seios doloridos por conta da tpm de todo mês e saudade. Mas um dia eu ouvi de uma bruxa das boas que o "e se" não existe e que as escolhas do outro são de jurisdição do outro. O que nos resta é viver e trabalhar para que passe, ou seja, nos resta tudo. Deitada agora na minha cama, me sinto como o Daniel daquela música que diz assim:

"Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos."

Vamos nos despedir juntos dos leões, Daniel?

sábado, 13 de agosto de 2016

Looping tipo de montanha russa

Uma música específica em looping no fone de ouvido. Ela, na cama, trabalhando com o laptop no colo, tenta organizar a angustia e ao mesmo tempo prestar atenção nas informações das cinco abas abertas ao mesmo tempo no navegador. E, ainda sobra espaço pra tentar compreender. Ainda. Entre a postagem de praxe de sábado, formatação de roteiro, ligação pro filho e conversa com a amiga sobre máquinas de fazer merda, pensa em fantasmas. Os jogos na era digital são cruéis porque não exigem olho no olho. Por hoje, tudo sob controle.

sábado, 6 de agosto de 2016

Olhando daqui

Meses de tropeços, lanches rápidos, dias nublados, (des)encontros e paisagens passando pela janela. Mesmo com toda a dor, fúria, tesão e pressa gerados, o agora é só plenitude. Olhando daqui, os maiores presentes da vida são os movimentos cíclicos, os "é isso!" ditos em comunhão, os moldes de um futuro próximo e as chamadas em vídeo no messenger. É preciso se afastar aqui pra se aproximar ali. É preciso abrir mão, deixar ir. Ser humano é bicho que complica o lógico. A física explica, dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Mestres são pra vida toda, esse filme é sobre a gente, o mundo é pequeno pra caramba. Ô sorte!