quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cartas II

Os sonhos, sempre eles, e agora, todos os dias. Se revezam entre sonhos bons e pesadelos. E, quando são pesadelos,  sempre acordo ofegante de barriga pra cima.

Eu me forço a acreditar que se ouvesse contato, retorno, sinal de fumaça, eu teria paz. Mas de que tipo de contato estaríamos falando, não é mesmo? Minha porção medrosa, carangueja, masoquista, me faz ficar confortável no silêncio - e na dor. Meus outros noventa por cento só têm vontade de te odiar.

As crias crescem rápido, você não acha? Uma dica preciosa: todas elas crescem rápido, não se volta atrás.

O ano vai embora tarde. E eu sigo esperando, não mais por você.

Lua.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Cartas I

Eu e essa minha mania de sonhar com você. Novamente muito silêncio. Um encontro, um papo, uma transa. Não era épica, mas sabe quando a gente sente tanto tesão que o melhor é ir devagar? Acordei cheia de saudade e em milésimos de segundo lembrei da frase que escrevi pra você há uns dias, "as pessoas são nobres nas grandes causas mas péssimas no proceder cotidiano". Ela continua ecoando aqui.

Eu não sei onde você está e isso dói. Mais uma vez, fisicamente. É solitário estar só. Redundante, eu sei, mas sei também que você sabe do que estou falando porque sei que se identifica.

Apesar de tudo, meu corpo grita. Muitas coisas, de muitas maneiras. Grita teu nome inclusive. Você ouve daí?

Pra tentar dar tempo ao tempo, vou aqui contando uma história com imagens do Rio, essa cidade que pra gente é só ponte.

Sem acreditar,

Lua.