quinta-feira, 24 de julho de 2008

Um Índio e os Doces Bárbaros


Quando eu nasci na década de 80, Caetano, Gil, Gal e Bethânia já eram artistas maravilhosos e já eram os tão Doces Bárbaros (nome melhor impossível).

E agora com 22 anos, ouço a música "Um Índio" de Caetano Veloso (na voz de Bethânia!), gravada há tantos anos e como ainda é forte, e como ainda faz tanto sentido.

Essa é a letra:

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.


terça-feira, 1 de julho de 2008

Idéia e Criação.


Hoje me peguei pensando em idéia e criação. Me questionei sobre isso, se quando temos uma idéia, estamos criando algo.
Cheguei a conclusão de que não, claro que não estamos. E, penso ainda que criar é muito mais importante do que ter a idéia.
Fiquei comparando a idéia com ter uma criança.
Exemplo: Uma mãe que dá a luz, mas não CRIA seu filho. Quem CRIA é a mãe de CRIAÇÃO.
Engraçado, a mãe que dá a luz (luz=idéia) é chamada de mãe biológica (que nome pavoroso...). A mãe que cuida, dá carinho, atenção, ensina a andar, falar e principamente alimenta, é chamada de mãe de CRIAÇÃO.
Mãe de criação... cheguei a conclusão: sou uma mãe de criação! Crio uma idéia, com ajuda de um pai e dois tios, que na verdade já não é mais apenas uma idéia. Já é um ser quase que independente de 2 anos de idade.

Foto Mazé Mixo