Li essa frase hoje e juro que se eu tivesse um caminhão, essa seria a frase da traseira. Mas por hoje eu estou exausta de ser forte sempre, de fazer fundação e levantar parede sozinha. Daí tenho deixado que outras pessoas se aproximem pra, quem sabe um dia, encontrar alguém que divida o trabalho braçal e encorajador de construir um novo lugar comigo.
O reposicionamento do querer é dolorido, mas o que eu mais sei fazer na vida é querer, então preciso de alguém que queira e que devolva. E isso você já sabia, a nossa última conversa sobre construções foi cheia de analogias e ao mesmo tempo esclarecedora. Ainda me pego rolando mensagens atrás de um sentido, de você, de nós, e no fim das contas, de mim mesma. Em meio às constatações e recalculando a rota, está complexo me reconhecer. Acho que é normal, não é? Faz parte do processo de desapego. Só que o que está pegando agora é justamente uma dose restante de apego. Cheguei naquela fase em que a gente não consegue deixar o sentimento ir. Foi tanto tempo de coração batendo forte e de contradições que me assoberbavam, tanto tempo pedindo pra que acabasse, que agora que o mar está manso, eu não estou sabendo lidar com a calmaria. Todo o rebuliço que você me causava, está indo embora, me dando adeus da esquina faz semanas, como quem só precisa que eu chame pra ele voltar. Mas ele vai cansar de acenar em breve e vai embora. E você vai junto com ele, sem me mandar a foto do meu coração revelada e pendurada na tua parede. Na verdade eu nem acredito muito que ela exista e, se existir, alguma coisa ficaria pra trás, invariavelmente. Da próxima vez que alguém se aproximar, deixe que façam um jardim nesse terreno baldio, vazio ele não vai servir pra nada. Só não esquece de que as flores do terreno ao lado também precisam ser regadas, e é só água meu amor, não tem segredo. Chora de vez em quando e principalmente, respira. Vou seguir daqui lutando pra manter a ternura, que essa precisa ficar.