quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Clarice
Clarice já nasceu velha de espírito. Passou a infância chorando e sentindo saudade, sabe-se lá do que. Durante os verões no quintal de barro vermelho em que cresceu, seu coração quase explodia antes das cigarras quando as ouvia cantar. Foi em meio a essa melancolia, canto de cigarras, amor e barro que se forjou. Depois de um longo espaço-tempo se experimentando como quem experimenta um vestido, Clarice se ajustou e sabe quem é dessa vez. Durante o verão que se aproxima, ela planeja cheiro de chuva e melancia, deixar-se ser observada e não esperar mais. A felicidade mora nos detalhes. E Clarice também.
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Um comentário:
cara, esses últimos textos aqui tão muito bons. tenho visto um estilo neles.
continue.
beijo
heraldo hb
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