sábado, 11 de agosto de 2018

Sola

"Sabe, gente
É tanta coisa pra gente saber
O que cantar, como andar, onde ir
O que dizer, o que calar, a quem querer

Sabe, gente
É tanta coisa que eu fico sem jeito
Sou eu sozinho e esse nó no peito
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder"

Gil na letra de "Preciso Aprender a Ser Só" definiu a semana daquela moça. Corpo e mente pediram para ela parar depois do derradeiro choque térmico entre o laço e a fita métrica, no dia seguinte ao aniversário do lugar onde foi mais frágil. Tentando não dar ouvidos e seguir sua rotina de cruzar cidades pra dar sentido à vida, ela não parou. Ela se recusa a parar. Mas a conta chegou, o corpo obrigou depois da mente se desfazer em lágrimas ao ouvir a música. Depois de um dia inteiro vociferando contra o livre arbítrio, já que a nossa liberdade só começa quando termina a do outro e as pessoas estão cagando nas cabeças umas das outras, ela só queria paz. Uma mãe em estado solo não quer guerra com mais ninguém. O problema é que depois de ser atropelada por tantos trens achando que era a tão desejada luz no fim do túnel, ela tende a achar que o túnel é infinito. Tentando dar fim à mais uma pesada constatação, escreveu no seu caderninho de folhas coloridas "você consegue ouvir daí o meu coração bater?" enquanto ouvia em looping "eu preciso aprender a ser só, reagir e ouvir, o coração responder". A vida é didática, só não enxerga quem não quer.

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