domingo, 23 de novembro de 2014

Isso lá é bom

Os corpos precisavam ocupar outros espaços e foi aí que decidiram passear de quando em vez sem a presença do outro. Parece simples, mas pra eles era como se entrassem numa realidade paralela e isso causava euforia. Apesar da doçura do silêncio, do medo dos insetos, de todo aquele concreto e da liberdade da solidão, retornavam pelo mesmo caminho decorando cada graffiti nos muros e escritos deixados nos troncos das árvores. No reencontro, a certeza e a dúvida sobre se ainda se conheciam tornava todas as cores mais vivas e podiam perceber no olho do outro todo um universo intacto. Ressaca de coração batendo forte não faz mal à ninguém.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Ressaca de coração batendo forte não faz mal à ninguém."
Há meses isso me ecoa. Me alimenta essa poética por ser isso, isso mesmo.