segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dividindo sentimentos.

Ao dividir, quase repito aqui uma certa postagem do Zeh.

Seremos sempre três, mesmo que a soma não seja mais cinco e tenhamos que nos virar com quatro. O resto, não importa.

"Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça"


Cálice - Chico Buarque

Postagem dele.

3 comentários:

ADRIANA BRUM disse...

Você é demais garota.
Somos quem podemos ser!!!
E você é.

Anônimo disse...

Filha acho que deveria olhar mais seu blog, pois aqui parece que vc e seu irmão conseguem expresar aquilo que não consequem falar.
Com certeza vcs serão sempre tres, mesmo que a soma hoje seja quatro.
Beijos carinhosos da mamãe.

Icaro disse...

Filha acho que deveria olhar mais seu blog, pois aqui parece que vc e seu irmão conseguem expresar aquilo que não consequem falar.
Com certeza vcs serão sempre tres, mesmo que a soma hoje seja quatro.
Beijos carinhosos da mamãe.