segunda-feira, 3 de março de 2008

Linguagem

Quando pensamos em linguagem, pensamos em formas de comunicação por meio de símbolos ou de sons que são pré-estabelecidos. Ou ainda tudo que serve para expressar idéias, sentimentos. Enfim, jeitos de se fazer ou tentar se fazer entender.
Hoje lendo um texto de Cléber Eduardo da Revista Cinética sobre os caminhos do cinema brasileiro em 2007, um trecho me chamou atenção:

"(...) Para João Moreira Salles, a dúvida sobre o documentário é assumida, mas destrinchada. Para Coutinho, a dúvida é a linguagem, o efeito, a estratégia e o objetivo. Toda imagem e toda palavra revelam e escondem algo. Toda linguagem é uma mentira em busca de uma verdade. Em Santiago, a verdade é trazida à tela, pela voz, e a linguagem se cumpre. Em Jogo de Cena, a verdade se esconde, aparece pela metade, a linguagem se assume, não mais como capacidade de evidenciar, mas como disposição de omitir.(...)"

Afirmo eu que a linguagem e a vida são uma coisa só (lá no título do blog). As duas estão em eterna modificação, por questões como época, espaço, conceito, cultura, etc. Mais uma vez faz-se cumprir a sentença de Guimarães Rosa. Com a linguagem do documentário não foi diferente. Ela, que inicialmente foi pensada para mostrar verdades, chega ao momento em que também é usada (e magistralmente) para omitir. Eterna modificação. Bingo!
Parte da Partitura de "Águas de Março", música de Tom Jobim.

3 comentários:

Nina 512 disse...

a linguagem eh uma coisa q me facina

codigos e criptografia sempre me atrairam...

hoje eu aprendi mais um dele

o morse. vc conhece?

Renan Brum disse...

linguagem capaz de omitir fatos?

a vida é capaz de omitir fatos?

ai, me perdi.
mãããe! me salva!

Zeh Alsanne disse...

É assunto é mais complexo do que se pode imaginar quando você compara a linguagem à vida. Pra mim a linguagem tbm tem a função de omitir, assim como a vida.

Tanto no caso do documentário em que o diretor usa isso como "estratégia" pra omitir as verdades / e na vida como escondemos os segredos e etc... Quanto na idéia do público absorver as verdades de cada maneira./ Assim como as pessoas nos julgam de diferentes maneiras atravez de nossas ações.

É o que o carinha lá falou: A linguagem é uma mentira em busca de uma verdade.